Mostrando postagens com marcador Ângela Bezerra de Castro. Mostrar todas as postagens

Com uma edição especial, a Academia Paraibana de Letras se integrou às comemorações do centenário do EU , livro que imortalizou Augus...

augusto anjos poesia paraibana angela bezerra
Com uma edição especial, a Academia Paraibana de Letras se integrou às comemorações do centenário do EU, livro que imortalizou Augusto dos Anjos pela singularidade da expressão poética.

Quando O Quadro-Negro foi lançado pela José Olympio, em 1954, era improvável que a ele eu pudesse ter acesso, nem mesmo à notícia de ...

romance patos paraiba ernani satiro
Quando O Quadro-Negro foi lançado pela José Olympio, em 1954, era improvável que a ele eu pudesse ter acesso, nem mesmo à notícia de sua publicação. Estava iniciando o ginásio mas, àquela época, nenhum professor teria a ousada iniciativa de estudar o autor contemporâneo local ou de indicá-lo para a leitura.

Guardo na memória a primeira vez em que estive na velha sede da APL. O presidente Oscar de Castro levou-me a conhecê-la, numa tarde l...

Guardo na memória a primeira vez em que estive na velha sede da APL. O presidente Oscar de Castro levou-me a conhecê-la, numa tarde longínqua de emoções desiguais, que mais se acentuavam na segurança de sua exposição entusiasmada a contrastar com o encantamento de meu silêncio adolescente.

Das cinco perguntas, a primeira é tão abrangente e desafiadora que, nela, todas estão contidas. Assumo a ousadia de responder: “quem fo...

Das cinco perguntas, a primeira é tão abrangente e desafiadora que, nela, todas estão contidas. Assumo a ousadia de responder: “quem foi Odilon como pessoa, como homem. Qual sua filosofia de vida, que valores ele defendia.”

Partirei de uma indagação: Por que Odilon tinha o dom de encantar pessoas com características tão diversificadas? Ou, em outras palavras, o que fazia de Odilon um ser tão especial?

Em nome de discutíveis ordens, de injustas leis, de absurdas razões, os poetas são impunemente censurados, perseguidos, presos, tortura...

poeta poesia martirio liberdade poetica
Em nome de discutíveis ordens, de injustas leis, de absurdas razões, os poetas são impunemente censurados, perseguidos, presos, torturados, fuzilados. Silenciados, enfim, os poetas. E, em cada um deles que se cala, morre um pouco da Humanidade. Sepulta-se parte do imaginário, esse traço atávico, essa força instintiva e divinatória que lhes permite profetizar o futuro, sonhar com outra humanidade, perseguir a utopia realizável de um mundo mais justo e, consequentemente, mais humano e mais feliz.

Quinze anos da existência contínua, cada vez mais intensa e significativa do Ambiente de Leitura Carlos Romero , na cena cultural de...

carlos romero alcr ambiente leitura por do sol literario sol letras
Quinze anos da existência contínua, cada vez mais intensa e significativa do Ambiente de Leitura Carlos Romero, na cena cultural de nossa cidade. Com justiça, o Grupo Pôr do Sol das Letras se antecipa a todas as instituições culturais para comemorar essa vitoriosa conquista de uma iniciativa que acrescentou e transformou as possibilidades de publicação do escritor paraibano. Ao mesmo tempo em que atraiu um qualificado público de leitores que encontram, nessa revista eletrônica, uma resposta semanal para seus interesses literários.

Narrar é sobreviver. É vencer o tempo e as armadilhas da vida. E enganar a morte. Foi assim com Sherazade e continua a ser com todos a...

literatura paraibana angela bezerra gelza carvalho romance
Narrar é sobreviver. É vencer o tempo e as armadilhas da vida. E enganar a morte.

Foi assim com Sherazade e continua a ser com todos aqueles que dão sequência ao texto ou ao "risco do bordado" que a humanidade vai desenhando e tecendo ao longo de sua história.

Não será difícil perceber a discrepância entre grande parte dos trabalhos que constituem a Fortuna Crítica do EU . Mas, como diria o p...

poesia literatura paraibana critica eu augusto anjos
Não será difícil perceber a discrepância entre grande parte dos trabalhos que constituem a Fortuna Crítica do EU. Mas, como diria o próprio Augusto, "Tudo convém para o homem ser completo".

Existem estudos que se tornaram clássicos, pelas verdades estabelecidas há muitas décadas, pelo reconhecimento pioneiro da poesia instauradora de nova concepção estética nos meios literários brasileiros, incompreendida e recusada por "cantar de preferência o horrível ". São trabalhos insistentemente repetidos, sempre que se retoma o assunto.

Uma sociedade que não enxerga a educação como valor essencial, também é insensível à preservação da memória, indiferente à necessidade...

alcides carneiro poesia literatura paraibana apl angela bezerra castro
Uma sociedade que não enxerga a educação como valor essencial, também é insensível à preservação da memória, indiferente à necessidade de transmissão da cultura. Por mais duro que seja admitir, não foi outra a realidade onde se inseriu a preocupação do Desembargador Raphael Carneiro Arnaud, buscando recuperar para as novas gerações o perfil de Alcides Carneiro.

Mais uma vez, preciso dominar a emoção, para falar sobre o acadêmico, o escritor, o amigo Odilon Ribeiro Coutinho. Conter a emoção que ...

Mais uma vez, preciso dominar a emoção, para falar sobre o acadêmico, o escritor, o amigo Odilon Ribeiro Coutinho. Conter a emoção que se instala no descompasso do coração, na fria umidade das mãos, no timbre de voz, que já não responde à segurança habitual.

Nascido em Pirpirituba, no ano de 1921, lá, no pequeno povoado, Magela Cantalice fez seus primeiros estudos. Aos onze anos, foi inte...

magela cantalice fazer poesia critica literaria
Nascido em Pirpirituba, no ano de 1921, lá, no pequeno povoado, Magela Cantalice fez seus primeiros estudos. Aos onze anos, foi interno com o objetivo de preparar-se para o sacerdócio. Sete anos de formação intelectual e religiosa nos Colégios Sto. Antônio e São Luís de Tolosa. Mas a vida monástica não lhe despertaria "tão longo amor" para outros sete anos. A conselho do padre Superior, deixa o seminário.

A saída de Magela é surpreendente. Vai para o Rio de Janeiro e ingressa na Polícia Militar. Seis anos depois, Cabo Cantalice regressa à Paraíba, fixando-se em Guarabira. Transforma-se em professor do Colégio Nossa Senhora da Luz, vindo depois a assumir a direção do Instituto Arruda Câmara, aqui em João Pessoa.

Em 1948, volta ao Rio de Janeiro para a função de auxiliar de escritório. Posteriormente, experimenta o jornalismo, trabalhando no Correio do Povo, na Gazeta de Notícias e no Diário Trabalhista.

magela cantalice fazer poesia critica literaria
Daí transferiu-se para Belo Horizonte, onde se fez funcionário da Belgo-Mineira. A seguir, retorna ao Rio de Janeiro para acumular as funções da Belgo Mineira, com as de Chefe de Relações Públicas da Mesbla e Diretor Cultural da Panair do Brasil.

Acompanhando sua trajetória, compreende-se por que Magela Cantalice apontava com ênfase suas "sandálias peregrinas" e se autodenominava de "ave de arribação", ao tomar posse na Academia Paraibana de Letras.

magela cantalice fazer poesia critica literaria
Celyn Kang
Encontrou em Salvador sua estação final. Lá, ingressou no Serviço Público Municipal, ocupando sucessivamente as funções de Almoxarife, Agente Fiscal, Chefe da Casa Civil, e de Secretário Adjunto de Administração. Simultaneamente, concluiu o curso de Direito na Universidade Católica de Salvador, de onde se tornou, logo a seguir, professor de Direito Romano.

Ainda, na área jurídica, exerceu os cargos de Procurador do Município e de Assistente da Casa Civil do Governo do Estado.

Revisitando esta existência de ocupações tão diversificadas quanto desiguais, cabe a indagação sobre o traço característico que o teria conduzido à vida acadêmica.

magela cantalice fazer poesia critica literaria
Patrimônio Paraíba
Pode-se responder que Magela imprimiu às suas publicações o mesmo ritmo da vida que viveu. Deixou 19 livros, lançados a partir de 1950.

Brasil, Por que não sou comunista e Luzeiros da Fé definem suas convicções ideológicas. Noções de Direito Romano e Influência do Cristianismo sobre o Direito Romano sedimentam sua experiência didático-pedagógica. Folhas de Outono, Trevas de Luz, Pérolas de Amor, Flores da Noite, Vozes D'Alma, Réstias de Luar, Ecos do Silêncio, Festival de Solidão, Lição do Tempo, Fantasia de Palhaço, Taça de Cristal, Brinde de Amor, Rosa Mística, Torre de Marfim e Casa de Ouro constituem sua opção mais definitiva.

magela cantalice fazer poesia critica literaria
Matheus Farias
A recitação dos títulos já denuncia o gênero. São 14 livros, onde a forma (leia-se fôrma) poética do soneto predomina quase absoluta.

Magela parece haver incorporado esta forma (leia-se fôrma) poética à sua dicção, à semelhança de um vocábulo ou de um modo de dizer que se incorpora à fala. Nela registrou tudo quanto quis, lembrando a postura espontânea dos cantadores em suas rimas improvisadas.

"Acontecimentos", "afinidades", "aniversários", "incidentes pessoais", o "excelente, completo e confortável corpo" , "a gota de bile", "a careta de gozo", "sentimentos"; "a cidade", "a sepultada e merencória infância" — todo o avesso da lição drummondiana.

Fascinado pelo som da rima e pelo desafio dos catorze versos, neles encontrou sua forma especial e eficaz de comunicação. E bem mais que isso. Neste exercício permanente de que resultou sua produção predileta também se revela, sem qualquer disfarce, um jogo de sedução a que o dado referencial empresta uma característica inusitada. Na maioria das circunstâncias, a mulher é o objeto deste entretenimento, visualizada através de conceitos reducionistas e deformadores ou de preconceitos incompatíveis com a tradição antecipadora e libertária da expressão poética.

magela cantalice fazer poesia critica literaria
ALCR
Um curioso exemplário poderia ser exposto. Mas fiquemos apenas com a rápida amostragem de alguns versos ou estrofes, para comprovação da análise:

Tu és linda demais e eu, teu poeta, Que contigo convive e se completa Sem poder, todavia, ser teu dono. (Platônico) Seu nome inda não sei. Não me interessa. Tudo quanto desperta minha pressa É gozá-la da forma mais completa! (Bela Morena) Mulher quando diz "não", diz é "talvez" E, quando diz "talvez", quer dizer "sim". Logo, diz sempre "sim", "nunca diz "não"! (Será mesmo verdade?) A sorte a maltratou desde menina De mocinha passou a vitalina E carregou pro céu a virgindade. (Felicidade) Perdão Senhor, no mundo eu fui um poeta Minha falta mais séria e mais completa Foi ter gostado muito de ... mulher! (E Deus mandou-me entrar) E vou ficar no meu assanhamento Até que, com ela, eu me satisfizer. (Meu Sargento) Posso até fazer contas das dezenas De fêmeas - loiras, ruivas ou morenas (Carência Forçada)

Levando em conta os aspectos já apresentados, as concepções de Magela a respeito do poeta e da poesia não surpreendem. Podendo-se constatar a compatibilidade entre a sua produção e a estranheza dos conceitos enunciados à margem da teoria poética.

Poesia é a que possui métrica e rima E eu jamais haverei de renegá-la

Temos os versos finais de Revide que se desenvolve na presunção de uma polêmica há muito arquivada pela História e pela crítica. Sabendo-se que rima e métrica são recursos poéticos ou anti-poéticos, dependendo da utilização que deles se faz. Não podem ser entendidos como condição de existência da poesia.

magela cantalice fazer poesia critica literaria
Debby Hudson
Em Bem-aventurados e Gratíssima Resposta, onde se propõe a refletir sobre o poeta e sua atividade, o que se estabelece são desconcertantes afirmações em detrimento da tradição firmada neste sentido.

Sou poeta, nasci pra fazer verso E sonho transformar todo universo Num lindo festival de fantasia Poetar é passatempo a mim dileto

Impossível não lembrar Heidegger em sua categórica retificação: "O poema não é uma vagabundagem do espírito, inventando por toda parte aquilo que lhe apraz." Entendimento este que os poetas reiteram na metalinguagem de suas metáforas, onde a criação poética, assumida como compromisso de vida, se traduz em trabalho, luta, suor, desespero, degredo, sangue, morte etc.

Na previsão do Programa Empreendedor Cultural, a Academia Paraibana de Letras deveria ser representada nesta solenidade pelo seu presi...

augusto anjos literatura paraibana leopoldina
Na previsão do Programa Empreendedor Cultural, a Academia Paraibana de Letras deveria ser representada nesta solenidade pelo seu presidente, o advogado e escritor Joacil de Brito Pereira.

Discurso pronto, com o rigor que lhe é peculiar no cumprimento dos compromissos assumidos, nosso presidente foi impedido de estar presente, por aconselhamento médico que lhe prescreveu repouso e cuidados especiais.

Do ponto de vista de uma fervorosa admiração, José Nunes acrescentou à série histórica NOMES DO SÉCULO, de A União , a figura expo...

ariano suassuna paraiba
Do ponto de vista de uma fervorosa admiração, José Nunes acrescentou à série histórica NOMES DO SÉCULO, de A União, a figura exponencial de Ariano Suassuna. Um nome que não se restringirá apenas a este século, da mesma forma que a referência de paraibanidade há muito tempo já não comporta os seus limites de cidadania.

Apoiado na reportagem ou na entrevista, o jornalista vai descobrindo, no esboço do perfil ou no delineamento biográfico, outra vertente para sua vocação.

O gosto de Severino Sertanejo pelos temas e formas da literatura oral e, especificamente, sua dedicação ao folheto de feira, pode susci...

literatura popular paraibana cordel feira
O gosto de Severino Sertanejo pelos temas e formas da literatura oral e, especificamente, sua dedicação ao folheto de feira, pode suscitar alguns questionamentos, sobretudo quando se identifica, nesta expressão severina, o bacharel Luiz Nunes, homem culto, dedicado à aridez dos impasses para o estabelecimento de limites entre a exatidão contábil e as exigências do Direito.

O reino das palavras. Cedo me encantou o poder libertário de seus estatutos. Concretizado, na memória mais antiga, por aquele Pássaro ...

O reino das palavras. Cedo me encantou o poder libertário de seus estatutos. Concretizado, na memória mais antiga, por aquele Pássaro Cativo de fala doutoral mas que me fez enxergar a escravidão e a dor, onde antes eu pudera alcançar somente a beleza e o canto. A eloquência pedagógica de Bilac estabelecendo para os meus oito anos o impacto de uma nova ordem de sentimentos e valores.

Editado em 1960, pela Livraria Freitas Bastos do Rio de Janeiro, "Vingança, não" foi um livro marcante. Recuperava um episó...

cangaco cangaceiro paraiba chico pereira jarda vinganca perdao
Editado em 1960, pela Livraria Freitas Bastos do Rio de Janeiro, "Vingança, não" foi um livro marcante. Recuperava um episódio da história do cangaceirismo por uma ótica duplamente original: pela mensagem de perdão e pelo envolvimento emocional do autor, na sequência dos fatos.

Com a beleza de sua palavra, com a coragem de expor as entranhas de um drama que poucos ousariam passar a limpo, com a severa imparcialidade que se impôs, padre Chico Pereira Nóbrega conquistou o público. Principalmente a juventude estudantil, tanto secundarista quanto universitária, de quem ele se tornou um líder.

cangaco cangaceiro paraiba chico pereira jarda vinganca perdao
Éramos todos seus leitores e corríamos para ouvi-lo em conferências inesquecíveis. Trazia uma pregação inovadora, questionamentos que vinham ao encontro de nossas inquietações. Não falava de céu, nem de inferno, nem de castigos ameaçadores. Falava da construção do ser, da vida e do amor, tema de sua predileção. E nos ensinava a pensar, a duvidar das verdades sacramentadas, das verdades ditas inquestionáveis.

O sucesso do livro trouxe logo a segunda edição, no ano seguinte ao lançamento. E, depois, as reedições permaneceram suspensas por quase três décadas. Era a consequência de revelações que alteravam substancialmente a história contada pelos vencedores. Por fim, a terceira edição veio em 1989 e a quarta, em 2002, patrocinada pela FUNESC.

Tem toda razão o meu querido Martinho Moreira Franco, quando despreza detalhes verdadeiramente insignificantes para enxergar no velho...

liceu paraibano gibson maul ensino publico
Tem toda razão o meu querido Martinho Moreira Franco, quando despreza detalhes verdadeiramente insignificantes para enxergar no velho Liceu apenas “as cores da história”.

Não pode ser outro o espírito dos paraibanos, recebendo como presente de fim de ano a bela e simbólica estrutura arquitetônica, completamente restaurada e, ao mesmo tempo, internamente adaptada às exigências da sociedade contemporânea.

São tantas as afinidades entre as Memórias e a ficção romanesca, que a aproximação entre as duas espécies narrativas se impõe, naturalment...

São tantas as afinidades entre as Memórias e a ficção romanesca, que a aproximação entre as duas espécies narrativas se impõe, naturalmente. Encontrando-se algo de romance em toda memória e muito de memória em quase todo romance.

O médico e jornalista Marcus Aranha, para comemorar o centenário de nascimento da professora Anayde Beiriz , publicou a correspondência de...

anayde beiriz paixao marcus aranha angela bezerra
O médico e jornalista Marcus Aranha, para comemorar o centenário de nascimento da professora Anayde Beiriz, publicou a correspondência de amor, até então inédita, que ela manteve com Heriberto Paiva entre 1924 e 1926. O pesquisador considera que o livro é tão somente a menor das homenagens que se pode prestar" à polêmica figura feminina nem sempre avaliada com justiça, sobretudo em razão das paixões históricas decorrentes de 1930.

Numa certa edição do Correio das Artes, Linaldo Guedes contou uma história que caracterizou como escândalo absurdo. História, envolvendo ...

critica literaria conhecimento historia fundamentos
Numa certa edição do Correio das Artes, Linaldo Guedes contou uma história que caracterizou como escândalo absurdo. História, envolvendo cinco pessoas, numa mesa de bar. Pessoas que se dedicam à poesia e à Crítica Literária e que, naquele instante, protagonizaram uma cena de desequilíbrio e violência.