Capiberibe - Capibaribe Lá longe o sertãozinho de Caxangá Banheiros de palha Um dia eu vi uma moça nuinha no banho Fiquei parado o...

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Capiberibe - Capibaribe Lá longe o sertãozinho de Caxangá Banheiros de palha Um dia eu vi uma moça nuinha no banho Fiquei parado o coração batendo Ela se riu Foi o meu primeiro alumbramento

Estes versos, como se sabe, são de Manuel Bandeira, no famoso poema “Evocação do Recife”, constante de seu livro Libertinagem, de 1930. O poema foi escrito a pedido de Gilberto Freyre, para as comemorações do centenário do jornal Diário de Pernambuco, se não me engano, e nele Bandeira rememora e ressuscita o Recife de sua infância, um Recife que, infelizmente, já àquela época achava-se em franco processo de desfiguração urbana. Ó Brasil!

E eis o gatilho!! As últimas chuvas, no Cariri, acenderam minhas lembranças e instigaram minha alma... O brilhante escritor José Amér...

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E eis o gatilho!! As últimas chuvas, no Cariri, acenderam minhas lembranças e instigaram minha alma...

O brilhante escritor José Américo de Almeida, minha inspiração como grande autor de frases impactantes, desperta minhas memórias afetivas e o meu particular museu imaginário, num processo de maturidade, que acessa as boas reminiscências. Cada frase de efeito reverbera na minha alma. "O que tem de acontecer tem muita força". Essa é uma das minhas preferidas.

A nossa Academia de Letras, como não podia ser diferente, dispõe de uma boa biblioteca de peso literário. E reflete a cultura dos se...

tarcisio burity paraiba
A nossa Academia de Letras, como não podia ser diferente, dispõe de uma boa biblioteca de peso literário. E reflete a cultura dos seus fundadores e primeiros ocupantes, pródiga de clássicos portugueses e das celebridades de todos os tempos que os editores brasileiros do século passado puderam traduzir.

Em dezembro de 1950, o escritor Graciliano Ramos publicou na seção dominical “Letras e Artes” do “Diário Carioca” um artigo no qual rel...

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Em dezembro de 1950, o escritor Graciliano Ramos publicou na seção dominical “Letras e Artes” do “Diário Carioca” um artigo no qual relatava episódio acontecido, em 1936, na Casa de Detenção do Rio de Janeiro, onde, na época, ele se encontrava preso como comunista pelo governo de Getúlio Vargas, texto que seria incluído na sua obra póstuma “Memórias do Cárcere”:

      ANCESTRALIDADE (Não sei o que faço falando por sua boca, brotando sabe-se por qual poro de sua existência....

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ANCESTRALIDADE
(Não sei o que faço falando por sua boca, brotando sabe-se por qual poro de sua existência. ) O som como se soletram os mortos, o remorso, a solidão da passagem das sombras, o interlúdio, o ludibrio das expectativas, as cartas reembaralhadas e seu cheiro de saudade, algum resto de tinta revestindo as paredes dos sonhos, e o testemunho da História que é sua, dentre tantos esquecidos.

Quando estou sozinho tenho muitas coisas que não existem. A poesia é uma delas. (Hildeberto Barbosa Filho) Sábado (1 de abril), nã...

Quando estou sozinho
tenho muitas coisas que não existem.
A poesia é uma delas.
(Hildeberto Barbosa Filho)

Sábado (1 de abril), não foi mentira!! fui ao lançamento duplo do poeta, crítico, professor, escritor, Hildeberto Barbosa Filho, para ver de perto os seus “pensamentos provisórios”, e quem sabe os permanentes. Aliás, desde que chegou nas redes, escrevendo suas ideias, devaneios e pensamentos, com esse título que me deixou des-norteada; que me pego meio tonta de tantas palavras mais lindas que findas, para refletir sobre tantos assuntos da vida e da literatura. Fico esperando esses escritos que me abastecem, me intrigam, me fazem mais conhecedora do universo literário, poético e filosófico da vida. Hildeberto tem imaginação, conhecimento, trajetória e ação para produzir inimaginavelmente. Como disse Paulo Sérgio Vieira na orelha do livro Cemitério Vivo:

O menino atira o olhar em forma de flecha pela janela e atinge muitos tempos. Das eras dos outros garotos, dos velhos nas praças, d...

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O menino atira o olhar em forma de flecha pela janela e atinge muitos tempos. Das eras dos outros garotos, dos velhos nas praças, do motorista da condução apressado, do sorveteiro concentrado no equilíbrio dos negócios para que não derretesse, da menina sonhadora da outra janela. E mirou máquinas modernas e ultrapassadas que se encontravam nas esquinas, nos desenhos e nos destinos.

Em termos estritamente materiais, a vida é um processo físico-químico. Sem a química do carbono, por exemplo, não existe vida, na form...

haeckel augusto anjos hawkins
Em termos estritamente materiais, a vida é um processo físico-químico. Sem a química do carbono, por exemplo, não existe vida, na forma como a conhecemos. Isto é ponto pacífico entre os cientistas e, principalmente, entre os evolucionistas. Ernst Haeckel, em Os enigmas do universo, é um dos precursores na constatação da importância do carbono para a criação da vida.

Apesar de ser a vida um processo físico-químico, não se pode dizer que cientistas do porte de Richard Dawkins e Ernst Haeckel – este contra o papismo romano, mas com uma profissão de fé monista; aquele ateu confesso –

    DESPEDIDA A Juca Pontes Silêncio profundo no mar do olhar. A brisa do vento move as flores do jardim. O sol ...

poesia paraibana marineuma oliveira
 
 
DESPEDIDA
A Juca Pontes Silêncio profundo no mar do olhar. A brisa do vento move as flores do jardim. O sol se reflete nas cinzas espargidas no ar. Lágrimas contidas escorrem por dentro de mim.
 
DESALENTO
O que se espera da vida se o que mais nos acomete é o inevitável espanto diante de inusitadas partidas? O que nos explica a morte quando, na dor incontida, ela insiste em deixar bem abertas as nossas feridas?

Juro que é verdade e há provas. Nesses esquemas revelados pela finada operação lava-jato é impressionante o que a mídia deixou escapar...

lava-jato corrupcao politica brasileira
Juro que é verdade e há provas. Nesses esquemas revelados pela finada operação lava-jato é impressionante o que a mídia deixou escapar, fatos que com certeza serviriam para um excelente roteiro de cinema destinado a um Oscar.

Os mensageiros das construtoras envolvidas na safadeza costumavam marcar com os destinatários das propinas as datas e locais para entrega dos milionários valores. Ocorre que algumas vezes havia desencontro e aquela dinheirama toda ficava na mão dos mensageiros, sujeitos a pessoas desonestas, né?

Houve uma época em que lemos um bocado sobre a história da nutrição, inclusive participamos de cursos com Dr. Flávio Zanatta, bioquímic...

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Houve uma época em que lemos um bocado sobre a história da nutrição, inclusive participamos de cursos com Dr. Flávio Zanatta, bioquímico carioca, discípulo do professor George Ohsawa, fundador da Macrobiótica, teoria alimentar afinada com a Filosofia do Princípio Único.

Desde quando o conheci, em 1983, há 40 anos, deixamos de comer carne vermelha. Há uns 4 anos, optamos por não mais nos alimentar de carne de nenhum animal.

Era tarde demais, 12h de uma sexta-feira à noite. Ele havia chegado cedo e pensou em dar uma volta, correr riscos, se é que eles viri...

noite solidao
Era tarde demais, 12h de uma sexta-feira à noite. Ele havia chegado cedo e pensou em dar uma volta, correr riscos, se é que eles viriam. Mas pros diabos se não viessem.

Pior seria em casa, pensando nas perdas de tempo, na pandemia, ou nos livros de contos. Os tempos não eram para volumosos romances nem para entender o mundo e muito menos a si próprio.

Chega de buscas interiores. Nada mudaria o que ele se tornara. Não adiantaria tentar atenuar defeitos ou aceitar polidamente os dos outros. Não. Chega! Deixa como está. A vida é isto mesmo: um planejamento inviável, inatingível,

Eis que me falam dos 82 anos de Roberto. O moço é de 19 de abril de 1941. Escrevi sobre os 80, data redonda e tema então no jornalismo ...

roberto carlos jovem guarda
Eis que me falam dos 82 anos de Roberto. O moço é de 19 de abril de 1941. Escrevi sobre os 80, data redonda e tema então no jornalismo impresso, na tevê, no rádio, blogs e portais de notícia. Assim o fiz com a caneta do repórter que mora em mim, ao atentar para o fato de que um povo inteiro a ele concede o tratamento que as nações ricas e pobres costumam dar a seus grandes ídolos.

Todos os sentimentos do mundo proclamam a sua poética, sobremodo quando alguém se põe em frente à obra de Augusto dos Augusto. E, em po...

augusto dos anjos helder moura leopoldina
Todos os sentimentos do mundo proclamam a sua poética, sobremodo quando alguém se põe em frente à obra de Augusto dos Augusto. E, em poucos lugares, essa sensação é mais presente do que Leopoldina, em Minas Gerais. Ali, há um Augusto imortal e, ao mesmo tempo, de uma intrigante ubiquidade.

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Hélder Moura (Túmulo de Augusto dos Anjos em Leopoldina (MG)
Acervo do autor
Por isso, estar em Leopoldina, diante de seu túmulo e, especialmente, do tamarindo que hoje lhe dá uma sombra de conforto, foi como experimentar também as emoções desse sentimento de paraibaneidade, em torno da vida e obra de Augusto, numa irmandade com todos quantos adotaram o nosso poeta maior entre os seus.

      GALOPE À BEIRA MAR I Um mundo de cores pra mim vem surgindo, Com Sol escaldante descendo a ladeira; Guardei a poesia ...

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GALOPE À BEIRA MAR I
Um mundo de cores pra mim vem surgindo, Com Sol escaldante descendo a ladeira; Guardei a poesia na minha algibeira, Formei, bem depressa, o poema mais lindo. Um verso, maneiro, surgiu me despindo, Chamei meu amor pra comigo nadar, A moça faceira me fez suspirar, O céu azulado se abriu de repente, E a moça bonita abraçou loucamente,

Se Caetano Veloso fosse criar “Sampa” hoje talvez mudasse um dos versos mais emblemáticos para: “É que Narciso acha feio o que não é Fa...

Se Caetano Veloso fosse criar “Sampa” hoje talvez mudasse um dos versos mais emblemáticos para:

“É que Narciso acha feio o que não é Facebook”.

Não só Facebook, mas redes sociais de modo geral.

Elas, as redes sociais, foram feitas para que possamos cultuar nosso narcisismo, na medida em que estimula as curtidas, os “amei”, “uau”, compartilhamentos e comentários em cada postagem.