Sabedores que desde a juventude sou apreciador de um bom vinho, meus amigos durante regresso de viagem à França, sempre me contavam históri...
Os vinhedos da Borgonha
Entretanto, escrevi no meu mais recente livro “A saga do chanceler Rolin e seus descendentes”, um capítulo sobre os vinhedos da região da Borgonha, grandes rivais dos vinhos de Bordeaux. Esse livro começará a ser distribuído pela editora paulista Labrador nas principais livrarias brasileiras, a partir do fim da primeira quinzena deste mês de novembro.
Em 1910, realizou-se, no Brasil, a primeira eleição presidencial em que houve efetiva participação popular. Disputaram o pleito o marechal...
A noite do Corta-Jaca no Palácio do Catete
Monólogo ao espelho Passou como um raio a fase de enlevo! Mais fugaz que um beijo terno Em que os lábios mal se tocam. ...
O que o espelho não diz
Passou como um raio a fase de enlevo! Mais fugaz que um beijo terno Em que os lábios mal se tocam. Como, pois, despertar de longo inverno Florescer em nova primavera Emergindo das cinzas e ser reconhecida,
A Sociedade Brasileira de Cardiologia elegeu a arte de Flávio Tavares como forma de reavivar no rosto de cada um dos seus protagonistas o...
A chamado do Brasil
Durante esta campanha eleitoral tenho dito: nem todo mundo é Patrícia Pilar. Refiro-me à sua disponibilidade de se entregar à campanha do ...
Mulher de candidato
A fotografia de José Américo de Almeida sentado na cadeira de balanço no terraço de sua casa na Praia do Cabo Branco, com a mão no queixo c...
A aragem de descanso
Para Ricard Ele escolheu praticar a difícil arte da escuta. Desde que a porta do consultório se abria até lá pras tantas da noite...
O pincel e o punhal
Ele escolheu praticar a difícil arte da escuta. Desde que a porta do consultório se abria até lá pras tantas da noite, naquele cenário desfilavam uma profusão de palavras, muitas delas entrecortadas por lágrimas, risos, gagueiras e silêncios atrozes.
A ruidosa contemporaneidade e suas vicissitudes tutelam a criação de muitos artistas. O reconhecimento do próprio punho, a manu propria ,...
Redemoinho musical
Até a primeira letra A incapacidade das palavras rabiscadas muitas vezes apagadas outras tantas em folhas virtuais
Entre mares, pedras e letras
A incapacidade das palavras rabiscadas muitas vezes apagadas outras tantas em folhas virtuais
Catulo é múltiplo, diverso. O mesmo poeta capaz de se mostrar compungido ao prantear um irmão morto e enterrado longe da família ( Carmen ...
A zombaria na pena do poeta
Numa das estações da minha vida, eu e o meu sócio de então finalmente realizamos um bom negócio em nosso escritório não tão bem sucedido. ...
Pregação a bordo
Não sei onde estava que não mereci o convívio literário de um leitor e escritor de tantas afinidades, morando tão perto das minhas moradas...
Os ditos do quiçá
Mandacaru é uma planta verde, mas não é um verde feito verde de esperança. É um verde escuro, fechado e que está mais para saudade. E tem m...
O que restou do passado
Ela era princesa, filha de reis de um antigo império rico e exuberante. O reino vivia tempos de glória. Fortuna e beleza física eram motiv...
Música, mito e constelação
Na obra de Carlos Drummond de Andrade , melancolia e ironia se alternam ou se confundem, concorrendo para traduzir com desencanto e humor ...
Melancolia e ironia em Carlos Drummond
Tive a felicidade de viver a fase de transição da adolescência nos anos sessenta, a década das transformações. O mundo experimentava mudan...
A Bossa Nova
Como hoje é o Dia dos Mortos, segundo a tradição, não vejo outro assunto para uma crônica. Eu gostaria de usar, aqui, um eufemismo. E assi...
Mortos, ausentes ou invisíveis?
Aprender as lições que a vida oferece é dever não só dos filósofos mas de todos nós, simples mortais, que almejamos, mesmo sem maiores er...
Colaborar com o inevitável
. Esse amigo, pode-se dizer, teve uma vida plena de vivências fundamentais. Conheceu, na carne e na alma, altos e baixos da Fortuna, e teve a Virtude de saber colher os ensinamentos, não raro dolorosos, ofertados pelo instável girar da roda da vida. Tudo isso com um detalhe precioso: não tornou-se amargo, nem irônico nem ressentido. Pelo contrário. Conservou até o fim uma saborosa leveza de espírito, uma capacidade sempre renovada de achar graça nos e dos acontecimentos, como se dissesse a todo momento para si e para os outros: “É assim mesmo. Vamos em frente”.
Sua máxima filosófica resumia-se a uma frase que repetia a cada contratempo, a cada contrariedade: “É preciso colaborar com o inevitável”. Máxima que ele muitas vezes tratava de explicar, como que para reforçar o significado do que dizia: “Não adianta sofrer demais com o que não se pode mudar. O mais certo – e mais producente – é aceitar o inevitável, administrá-lo, e, se possível, superá-lo”. Em outras palavras, seguir com a vida, ir sempre em busca do que ainda poderá vir, não prender-se melancolicamente ao ingrato presente ou ao passado sombrio, ter olhos abertos para o futuro, o qual costuma nos acenar, ilusoriamente ou não, com a possível realização de nossas humanas esperanças.
Lendo recentemente um texto sobre os estoicos, antigos filósofos gregos e romanos (Zenão, Epiteto, Cícero e Sêneca, entre outros), constatei que o meu amigo pertenceu, em alguma medida, e mesmo sem sabê-lo, a essa escola do pensamento, cuja ideia central era – e é - “a de que só deveríamos nos preocupar com as coisas que podemos mudar e não deveríamos nos perturbar com mais nada”. Os estoicos acreditavam (e acreditam) que “podemos escolher como será nossa reação à boa e à má sorte”. Ou seja: “não temos de nos sentir tristes quando algo que queremos dá errado; não temos de sentir raiva quando alguém nos engana”. Vejam só.
Não digo que o meu amigo tenha sido um estoico na plena expressão da palavra, ao ponto de não sentir raiva nem entristecer-se com os reveses. Mas o certo é que ele, passado o primeiro e humano desabafo, logo voltava ao sábio refrão: “É preciso colaborar com o inevitável”, o que demonstra que procurava, dentro do possível, manter o extravasamento das emoções sob controle. E nisso estavam, simultâneas, a sua humanidade e a sua sabedoria.
É certo que, levado ao extremo, o estoicismo pode nos conduzir à indiferença, o que também não é bom. Segundo o professor britânico Nigel Warburton, “o estado de indiferença defendido pelos estoicos pode diminuir a infelicidade diante dos eventos que não conseguimos controlar. Contudo, talvez tenhamos de pagar o preço de nos tornar frios, insensíveis e talvez até menos humanos. Se esse for o preço da tranquilidade, talvez seja alto demais”. Concordo plenamente. Nem tanto nem tão pouco, como se diz. Tenhamos bom senso. Controlar as emoções e as paixões, sim, mas não ao ponto de suprimi-las de nossa experiência.
Uma frase célebre, atribuída parece que equivocadamente a José Américo de Almeida, em seu livro “A bagaceira”, insere-se também nessa linha estoica. Refiro-me a “O que tem de ser, tem muita força”. Sim, porque reconhecer a força do que tem de ser é aceitar sua inevitabilidade, o que implica renunciar a brigar com o que não pode ser diferente. No fundo, trata-se tão só de aceitar nossas limitações, nossos pequenos recursos perante o poder imenso das circunstâncias, dos acontecimentos, do acaso, do destino, da Providência ou seja lá do que for. Trata-se de baixarmos humildemente a orgulhosa cabeça diante do que é maior do que nós. E aqui, claro, não se está defendendo um generalizado conformismo por parte dos homens, mas apenas a ciência de não se dar, inutilmente, murro em ponta de faca, como bem recomenda a sabedoria popular.
Sabemos por experiência que não é fácil suportar as vicissitudes. Nossa tendência, quase incontrolável, é nos zangarmos, nos revoltarmos. Mas nada que uma noite de sono não acalme e esclareça. E aí, sim, com a ira dominada, podermos nos dar ao luxo de humanamente colaborarmos com o inevitável.
A Tadeu , nosso irmão, de quem não nos despedimos, apartado que foi de nós, repentinamente, tendo encontrado sepultura nas terras das Min...
Elegia a um irmão morto
Catulo, poeta latino do século I a. C. (84—54), é o único dos neóteroi (literalmente, "os mais jovens"), assim chamados, polêmica e pejorativamente, por Cícero, para designar os novos poetas que procuravam inovações na poesia latina, imitando os alexandrinos gregos. Desses novos, Catulo é o único cuja obra sobreviveu, sendo considerado um dos criadores da lírica latina.
O episódio nº 10 da Pauta Cultural entra no ar na ALCR TV com atualidades do mundo cultural participação dos autores leitores e telespec...